Sermão Expositivo – 01
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“Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;” (2 Coríntios 3:14 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de 2 Coríntios 3.14 (ACF):
Como um convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e
Supralapsariano, entendo que a Bíblia é a autoridade final em todas as questões
de fé e prática. Portanto, ao analisar este versículo, é necessário levar em
consideração o contexto geral da Escritura e o significado das palavras no
original grego.
O apóstolo Paulo escreveu esta carta
aos coríntios para corrigir problemas doutrinários e comportamentais na igreja.
Neste capítulo específico, Paulo fala sobre a superioridade da nova aliança em
relação à antiga aliança, enfatizando que a Lei não pode salvar ninguém (v.6) e
que Jesus Cristo é o único caminho para a salvação (v.17).
No versículo 14, Paulo se refere aos judeus que não creram em
Cristo Jesus, como "endurecidos" ou "obscurecidos". A palavra grega traduzida como
"endurecimento" é πώρωσις (porosis), que significa
literalmente "obstinado", referindo-se à condição do coração humano
quando se recusa a aceitar a verdade de Deus.
A chave bíblica para entender essa ideia está em Isaías
6:9-10, onde Deus diz ao profeta que os ouvidos do povo estão tapados e seus
olhos fechados para que não vejam nem ouçam a mensagem da salvação. Essa mesma
ideia aparece várias vezes no Novo Testamento (Mateus 13:13-15; João 12:40;
Romanos 11:7-8), mostrando que o endurecimento espiritual é um resultado direto
da incredulidade humana.
Paulo continua explicando que esse endurecimento só pode ser
removido através de Cristo (v.16). O Espírito Santo age no coração dos crentes (eleitos);
para transformá-los à imagem de Cristo (v.18), permitindo-lhes compreender as
verdades espirituais, até então, ocultas.
Conclusão: Em resumo, este versículo mostra
como aqueles que rejeitam Jesus Cristo permanecem cegos às verdades espirituais
por causa do seu próprio endurecimento produzido pela herança maldita de Adão.
Somente através da obra salvífica (graça irresistível); de Jesus na cruz
podemos ter nossas mentes iluminadas pelo Espírito Santo e enxergar claramente
as maravilhas do evangelho.
Portanto, devemos orar por aqueles cujos corações ainda
permanecem endurecidos diante da verdade divina, pedindo ao Senhor misericórdia
e graça para remover suas calosidades espirituais e abrir seus olhos para verem
as maravilhas do evangelho eterno de nosso Senhor Jesus Cristo!!!
Sermão Expositivo – 02
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“Pois tu para tua herança os elegeste de todos os povos da terra, como tens falado pelo ministério de Moisés, teu servo, quando tiraste a nossos pais do Egito, Senhor DEUS.” (1 Reis 8:53 - ACF).
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Exegese e
Hermenêutica Básica; de 1 Reis 8:53 (ACF):
Este versículo está localizado no
final da oração de Salomão na dedicação do Templo. O versículo anterior diz que
Salomão pediu ao Senhor que guardasse seu povo Israel em sua aliança e amor
eterno. Neste verso, Salomão reconhece que Deus havia separado Israel entre
todos os povos da Terra para ser Sua propriedade exclusiva. A palavra hebraica
traduzida por "separaste" é "badal", o que
significa escolher ou selecionar algo ou alguém para um propósito específico.
Hermenêutica Básica com base na fé reformada:
Aqui, podemos ver a doutrina bíblica da eleição
incondicional sendo afirmada. Deus não apenas criou todas as coisas,
mas também escolheu um grupo de pessoas específicas - Israel - para ser Sua
herança especial e Seu povo escolhido. Isso enfatiza a soberania de Deus na
salvação e na história mundial. Em outras palavras, foi uma eleição
incondicional baseada apenas na vontade soberana de Deus.
Historicamente falando, esta passagem
reflete o papel central do templo em Jerusalém como o lugar onde Deus habitava
com Seu povo escolhido e onde eles ofereciam sacrifícios pelos seus pecados e
adoravam ao Senhor. No entanto, essa ideia é cumprida no Novo Testamento
através de Jesus Cristo (João 2:19-21), pois agora somos o templo do Espírito
Santo (1 Coríntios 6:19).
Palavras hebraicas importantes:
- Separaste ("badal"):
Escolher ou selecionar algo ou alguém para um propósito específico.
- Herança ("naclah"):
Propriedade exclusiva.
Chave bíblica: Deuteronômio 7:6; Efésios 1:4-5
Conclusão:
Este versículo destaca a Eleição divina soberana em relação à salvação dos crentes e mostra como ela tem sido parte integrante desde as antigas escrituras até o presente dia. Como cristãos reformados devemos entender isso como verdade fundamental das Escrituras Sagradas!
Sermão Expositivo – 03
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“Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios; nós seremos fartos da bondade da tua casa e do teu santo templo.” (Salmos 65:4 - ACF).
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Exegese e
Hermenêutica Básica; de Salmos 65:4 (ACF):
O salmo começa com um hino de louvor
ao Deus criador (v.1), que é digno de adoração (v.2). O versículo 3 destaca a
natureza pecaminosa do homem e sua incapacidade de se aproximar de Deus por si
mesmo. Em contraste, o verso 4 fala sobre a felicidade daquele que é escolhido
e chamado por Deus para estar em Sua presença.
A palavra "bem-aventurado" no início do verso
indica uma grande bênção ou felicidade concedida por Deus àqueles que são
escolhidos por Ele. A palavra "escolhe" vem do hebraico בָחַר
(bachar), que significa selecionar ou eleger com cuidado. Isso indica o
ato soberano de Deus na escolha dos Seus filhos.
A frase "fazes chegar a ti" mostra como essa
eleição não depende das habilidades humanas, mas é obra exclusiva de Deus
trazer pessoas à Sua presença. A expressão "habite em teus átrios"
refere-se à morada permanente na presença divina do altíssimo.
Hermenêutica Básica:
Na perspectiva da fé reformada
histórica, este versículo destaca a doutrina da eleição divina. É somente pela
graça de Deus que alguém pode ser salvo e ter acesso ao Seu santuário
celestial. A escolha não é baseada nas obras ou méritos humanos, mas sim no
beneplácito divino.
Além disso, esse texto também aponta
para o significado espiritual mais profundo dos lugares sagrados como símbolos
da comunhão com Deus e das riquezas espirituais encontradas em Sua casa.
Interpretação Histórico-Gramatical:
O Salmo foi originalmente escrito em
hebraico antigo durante o período monárquico israelita. Embora seu autor seja
desconhecido, muitos estudiosos atribuem sua autoria ao Rei Davi ou aos levitas
responsáveis pelo culto no Templo.
Em termos gramaticais, destacamos as
palavras mencionadas anteriormente: בָחַר (bachar) = selecionar /
eleger; תְבוּאוֹת (tevu'ot) = frutos / produtos agrícolas; מקדשׁ
(miqdash) = santuário / templo sagrado; טוֹב (tov) = bom
/ prazeroso / feliz.
Chave Bíblica:
Esse salmo está conectado com outros
textos bíblicos sobre a eleição divina dos crentes (eleitos); como Efésios
1:4-5 ("como nos escolheu nele antes da fundação do mundo") e João
15:16 ("Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário eu vos
escolhi").
Conclusão:
O Salmo 65:4 ensina sobre a soberania absoluta de Deus na salvação dos Seus filhos através da Eleição Divina e revela os benefícios maravilhosamente prazerosos dessa relação pessoal com o Criador Santo nos seus lugares sagrados designados especificamente para estabelecimento desta comunhão entre DEUS E HOMEM!
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“Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas;” (Salmos 78:70 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Salmos 78:70 (ACF):
Neste salmo, Asafe usa um estilo poético para lembrar as gerações futuras
da fidelidade de Deus à sua aliança com Israel. No verso 70, ele destaca a
escolha divina de Davi como rei sobre Israel.
A palavra-chave neste versículo é
"escolheu" (בָחַר - bachar). Esta palavra hebraica
indica uma seleção cuidadosa ou escolha deliberada. O uso desta palavra
enfatiza que a escolha de Davi não foi acidental ou fortuita; antes, ela foi
planejada por Deus desde a fundação do mundo.
Outra palavra significativa é "servo" (עבד - ebed),
que pode se referir tanto
ao serviço voluntário quanto ao trabalho compulsório. Quando aplicado a Davi
nesta passagem, sugere que ele era um homem humilde e disposto a servir
obedientemente aos propósitos de Deus.
Na perspectiva da fé reformada histórica, este texto aponta para uma
compreensão soberana da eleição divina. A escolha de Davi como rei não dependeu
do mérito humano nem da vontade pessoal dele próprio; em vez disso, foi
determinado pela sabedoria eterna e insondável de Deus. Ainda assim, essa
eleição não anulou o papel ativo que Davi teve em responder à graça divina com
fé obediente.
Esta interpretação está em consonância com outras Escrituras bíblicas que
ensinam sobre a predestinação divina (Romanos 8:29-30) e sobre nossa resposta
livre à graça salvadora (Efésios 2:8-9).
Conclusão:
Em Salmos 78:70 vemos claramente que Deus soberanamente escolheu Davi
para ser rei sobre Israel. Isso nos lembra da importância da Eleição Divina na
história redentora no Antigo Testamento bem como nas nossas próprias vidas hoje
em dia. Ao mesmo tempo também há espaço para nossa resposta obediente diante
dessa Eleição Divina segundo Efésios capítulo dois versículos oito até nove
onde somente pela Graça somos salvos mediante a Fé; sendo isso dom gratuito!!!
Sermão Expositivo – 05
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“Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei.” (Isaías 41:8,9 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Isaías
41:8,9 (ACF):
Como um convicto; Presbiteriano
Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, acredito que esta passagem é uma
afirmação clara da eleição incondicional dos crentes em Cristo Jesus. Isaías
foi um profeta do Antigo Testamento que anunciou a vinda do Messias, e nestes
versículos específicos ele fala sobre como Deus escolheu Abraão para ser seu
servo fiel.
A palavra-chave neste texto é "amigo", traduzida do
hebraico רֵעַ (rea). Esta palavra indica uma relação íntima entre
duas pessoas, baseada na lealdade mútua e no amor. Aqui ela se refere à relação
especial entre Deus e Abraão. Abraão foi chamado por Deus para deixar sua terra
natal e seguir o Senhor onde quer que Ele o levasse (Gênesis 12:1-4). Este ato de obediência demonstrou a fé
de Abraão em Deus e estabeleceu uma aliança entre eles.
Deus prometeu abençoar todas as
nações através da descendência de Abraão (Gênesis 12:3), cumprindo assim Sua
promessa de enviar um Salvador ao mundo. Mas esta bênção não seria apenas para
os descendentes físicos de Abraão; também incluiria todos aqueles que creriam
nele como exemplo de fé. Como Paulo escreveu mais tarde: "Conhecendo,
pois, que os gentios não são circuncidados segundo a carne... recebeu-os [Deus]
pelo batismo" (Romanos 3:29-30).
Isaías descreve a eleição divina com
palavras fortes: "Tu és meu servo... eu te escolhi" (v. 9). Isso
sugere que não foi mérito ou bondade própria de Abraão o motivo dessa escolha
divina - antes era algo totalmente gracioso por parte de Deus.
Essa mesma ideia aparece nos escritos paulinos quando ele
afirma categoricamente “E outra vez diz: Rejubila-te ó gentio com seu povo”
Romanos 15:10 ACF. Paulo cita essa passagem para mostrar como os gentios foram
incluídos na bênção da aliança feita com Abraão.
O apóstolo ressalta ainda mais esse ponto ao enfatizar que
essa inclusão ocorreu pela graça soberana somente mediante à fé eficaz recebida
pelo Espírito Santo “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não
vem de vós; é dom de DEUS” Efésios 2:8 ACF.
Conclusão:
Em suma, este texto destaca tanto a
fidelidade incomparável de Deus quanto Sua soberania absoluta no processo
salvífico. Assim como Ele chamou Abraão para seguir Seus caminhos há muito
tempo atrás, nosso Pai celestial chama cada pessoa eleita; individualmente hoje
em dia. E assim como Ele permaneceu fiel às Suas promessas antigas mesmo diante das dificuldades
enfrentadas por Seus servos, temos certeza absoluta da continuidade dessa
fidelidade em nossas vidas hoje!!!
“Todos, nascem arminianos, é a graça de Deus que vai tornar alguns e apenas alguns; hiper-calvinistas supralapsarianos!!!”
Atenciosamente, respeitosamente e fraternalmente:
Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C. Ph.D. Th.D.