sexta-feira, 25 de abril de 2025

 


Sermão Expositivo – 06 

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“E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias. E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.” (Mateus 24:22-31 - ACF).


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Exegese e Hermenêutica Básica; de Mateus 24:22-31 (ACF):

Mateus 24:22-31 é uma passagem profética que fala sobre o fim dos tempos e a volta de Cristo. Nessa passagem, Jesus está falando aos seus discípulos sobre os sinais que precederão sua volta e o julgamento final. Ele começa dizendo que esses dias serão tão terríveis que, se não fossem abreviados por causa dos eleitos, ninguém seria salvo (v. 22). Essa afirmação mostra claramente a doutrina da eleição incondicional - Deus escolheu alguns para serem salvos antes mesmo da fundação do mundo (Efésios 1:4) - porque mostra que os eleitos serão preservados em meio à tribulação.

A palavra "eleito" vem do grego "eklektos", que significa "escolhido". Essa palavra é usada várias vezes no Novo Testamento para se referir aos cristãos como aqueles que foram escolhidos por Deus para serem salvos (Romanos 8:33; Colossenses 3:12; Tito 1:1). A ideia da eleição incondicional é reforçada em João 15:16, onde Jesus diz aos seus discípulos: "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros". Isso significa que nossa salvação não depende de mérito ou esforço próprio, mas sim do amor soberano de Deus.

Outra palavra importante nessa passagem é o termo hebraico "abominação da desolação", mencionado em versículos anteriores (v.15). Esse termo foi usado originalmente pelo profeta Daniel em suas visões sobre o fim dos tempos (Daniel capítulos 9 e 12). Em Daniel 9:27, é dito que haverá um governante maligno ("príncipe") que fará um acordo com muitas pessoas por sete anos, mas depois desse tempo irá interromper os sacrifícios no Templo Sagrado e colocar uma "abominação desoladora" no lugar santo. Isso parece estar relacionado ao anticristo mencionado em outras partes das Escrituras (2 Tessalonicenses 2), cuja vinda será precedida pela grande tribulação.

Voltando agora ao texto principal dessa exegese / hermenêutica básica - Mateus capítulo 24 -, podemos ver como essa passagem está conectada com outras partes das Escrituras através da chave bíblica. Por exemplo:

• O verso 23 faz referência às falsas pregações feitas pelos falsos messias, pregadores enganadores. Eles são comparados com as aves rasteiras: estão sempre procurando carniça. Esta imagem nos remete diretamente à figura satânica na forma da Serpente, no Jardim do Éden.

• Os versículos 27-28 mostram quão repentino será o retorno de Cristo - assim como relâmpagos iluminam todo o céu instantaneamente.

• O verso 29 faz referência aos eventos cósmicos extraordinários no fim dos tempos descritos também nas profecias antigas como Isaías capitulo 13 versículo 10; Joel capitulo 2 versículo 30 e Apocalipse 6 versículo 12.

• Finalmente, o verso 31 fala sobre os anjos enviados para reunir todos os eleitos espalhados pelos quatros cantos deste mundo.

Em conclusão, nesta exegese / hermenêutica pode-se verificar claramente a doutrina da eleição incondicional presente na Bíblia Sagrada, evidenciando-se ainda mais quando avaliamos a conexão desta parte específica de Mateus com outros   textos também presentes na Palavra Divina. Os crentes (eleitos) da Igreja Presbiteriana Ortodoxa, Hiper-Calvinistas, e Supralapsarianos exaltam a Soberania Divina como fundamento absoluto de cada aspecto da vida cristã, incluindo nossas crenças soteriológicas (que tratam da Salvação).

Conclusão:

A exegese deste texto mostra claramente como a perspectiva calvinista influencia nossa compreensão das Escrituras Sagradas. A ênfase na soberania divina permeia toda essa passagem bíblica - Deus escolhe quem será salvo mesmo durante tempos difíceis como este descrito aqui por Jesus.

É importante lembrar também, que muitas vezes as palavras usadas pelos autores bíblicos têm significado diferente do nosso uso cotidiano delas.

Por isso foi necessário recorrer ao contexto histórico-cultural original para entender melhor esta passagem.

Além disso é importante ligarmos esta passagem com outras referências nas Escrituras Sagradas, para termos uma interpretação completa e precisa das mesmas.

Em resumo podemos afirmar então:

Que Mateus capítulo 24 apresenta uma mensagem esperançosa aos cristãos fiéis, que perseveram até o fim em meio às adversidades desta vida terrena. Ela nos convida à confiança na promessa certa dada pelo Senhor Jesus Cristo de estar sempre conosco neste mundo difícil e aguardando ansiosamente pela sua volta gloriosa!!!

Sermão Expositivo – 07 

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“E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas, Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” (Marcos 4:11,12 - ACF). 

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Exegese e Hermenêutica Básica; de Marcos 4:11,12 (ACF):

Neste texto, Jesus está explicando a seus discípulos por que ele fala em parábolas ao público. Ele afirma que a eles foi dado o conhecimento do mistério do Reino de Deus (ou seja, sua mensagem central), enquanto aqueles "de fora" só podem compreender essa mensagem através das histórias contadas nas parábolas.

Na tradição calvinista, isso significa que a salvação é um dom concedido apenas àqueles escolhidos por Deus desde antes da fundação do mundo. Essa doutrina é conhecida como predestinação ou eleição incondicional. De acordo com esta interpretação teológica específica da passagem bíblica em questão (e outras passagens relacionadas), Jesus intencionalmente falava em enigmas para ocultar seu verdadeiro significado dos incrédulos - aqueles que nunca serão salvos porque nunca foram escolhidos por Deus.

Palavras gregas importantes no texto original incluem "mistério" (μυστήριον) e "parábolas" (παραβολή). Ambas as palavras são usadas com frequência no Novo Testamento para descrever as verdades espirituais reveladas por Jesus Cristo através de suas histórias ilustrativas.

Chave bíblica:

- Mateus 13:10-17 oferece uma versão semelhante deste discurso de Jesus sobre falar em parábolas.

- Romanos 9 também trata da doutrina calvinista da predestinação.

Conclusão:

A leitura calvinista deste texto enfatiza o poder soberano de Deus na salvação humana. Segundo esta visão teológica particularmente interpretativa das Escrituras Sagradas; baseadas na hermenêutica Histórico-Gramatical, somente aqueles escolhidos pelo Senhor receberão a graça necessária (irresistível); para entender plenamente as verdades espirituais transmitidas por Cristo durante seu ministério terreno!!!

Sermão Expositivo – 08 

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“Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.” (João 8:46,47 - ACF). 

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Exegese e Hermenêutica Básica de João 8:46,47 segundo a tradição calvinista:

Versículo 46: "Qual de vós me convence de pecado? E, se vos digo a verdade, por que não credes?"

Neste verso, Jesus desafia seus oponentes a apontarem qualquer pecado que ele tenha cometido. Isso mostra a perfeição moral de Jesus e sua divindade, pois apenas Deus é perfeito e sem pecado. Além disso, Jesus está dizendo que sua mensagem é a verdade, e que aqueles que não acreditam nele estão em desobediência à vontade de Deus.

Versículo 47: "Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso vós não as ouvis, porque não sois de Deus."

Aqui, Jesus está dizendo/afirmando que aqueles que são verdadeiramente de Deus ouvirão suas palavras e acreditarão nelas. Isso mostra a soberania de Deus na salvação e a incapacidade dos não eleitos de crerem em Jesus. Isso é uma expressão do ensinamento calvinista da eleição incondicional e da depravação total da humanidade.

Palavras importantes no texto grego/hebraico original:

- "Pecado" (hamartia): transgressão da lei divina.

- "Verdade" (aletheia): algo que é verdadeiro e confiável.

- "Ouve" (akouo): presta atenção e obedece.

- "Deus" (theos): o ser supremo, criador e governante do universo.

Chave bíblica:

- João 10:27-28 - "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão."

- Efésios 2:8-9 - "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie."

Conclusão:

João 8: 46, 47 mostra a divindade de Jesus, sua perfeição moral e sua soberania na salvação dos eleitos. Aqueles que são verdadeiramente de Deus ouvirão suas palavras e acreditarão nele, enquanto os não eleitos permanecerão em desobediência. Isso é uma expressão do ensinamento calvinista da eleição incondicional e da depravação total da humanidade. É importante lembrar que a salvação é pela graça de Deus, através da fé em Jesus Cristo, e não por obras.

Sermão Expositivo – 09 

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“Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar.” (João 13:18 - ACF). 

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Exegese e Hermenêutica Básica; de João 13:18 (ACF):

O texto de João 13:18 começa com Jesus dizendo: “Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido; mas para que se cumpra a Escritura: O que come o pão comigo, levantou contra mim o seu calcanhar.”

Nesse versículo, Jesus está se dirigindo aos seus discípulos e esclarecendo que nem todos eles foram escolhidos por ele. Ele conhece aqueles que foram escolhidos e aqueles que não foram. Jesus também menciona que a Escritura deve ser cumprida, referindo-se ao Salmo 41:9, que diz: “Até o meu próprio amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.”

Com essa declaração, Jesus está indicando que um de seus próprios discípulos o trairá. E ele está citando as Escrituras para mostrar que isso já foi profetizado.

Hermenêutica básica:

Como um convicto; Presbiteriano Ortodoxo, Hiper-calvinista e Supralapsariano, acreditamos que a eleição é incondicional e que Deus escolheu certas pessoas para a salvação antes da fundação do mundo. Portanto, quando Jesus diz que ele conhece aqueles que foram escolhidos, isso confirma nossa crença na eleição incondicional.

Além disso, a citação das Escrituras por Jesus enfatiza a importância da Sua Palavra. A Bíblia é a autoridade final em nossas vidas e tudo o que é necessário para a nossa salvação pode ser encontrado em suas páginas.

Em termos de interpretação Histórico - Gramatical, é importante notar que a palavra “calcanhar” em João 13:18 é traduzida do grego “πτέρνα” (pterna), que se refere à parte de trás do pé. Isso é significativo porque, no contexto do Salmo 41:9, o ato de “levantar o calcanhar” é uma metáfora para trair ou dar as costas a alguém.

Chave Bíblica:

Alguns versículos que se relacionam com o tema da traição incluem:

- Provérbios 27:6: “Fieis são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.”

- Mateus 26:23-25: “E ele, respondendo, disse: O que põe comigo a mão no prato, esse me há de trair. O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Rabi, sou eu? Respondeu-lhe: Tu o disseste.”

- Atos 1:16: “Homens irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus.”

Conclusão:

Portanto, em João 13:18, Jesus está se referindo à traição de um de seus próprios discípulos e citando as Escrituras para mostrar que isso já foi profetizado. Como Calvinistas, acreditamos que a eleição é incondicional e que Deus escolheu aqueles que seriam salvos antes da fundação do mundo. Também enfatizamos a importância da Palavra de Deus em nossas vidas. E, em termos de interpretação Histórico-Gramatical, a palavra "calcanhar" é uma metáfora para trair ou dar as costas a alguém.

Sermão Expositivo – 10 

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“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda. Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros. Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia.” (João 15:16-19 - ACF). 

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Exegese e Hermenêutica Básica; de João 15:16-19 (ACF):

João 15:16-19 é um trecho do discurso de despedida de Jesus aos seus discípulos, antes de sua crucificação. Nesse trecho, Jesus fala sobre a eleição dos seus discípulos e do ódio que eles enfrentarão no mundo.

Versículo 16: "Não fostes vós que me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda".

Nesse versículo, Jesus enfatiza que a escolha dos discípulos não foi feita por eles mesmos, mas sim por ele. Ele escolheu seus discípulos para que eles dessem frutos e fossem perseverantes na fé. Isso mostra a doutrina da eleição incondicional da tradição calvinista, que enfatiza que a salvação é uma ação soberana e gratuita de Deus, não dependendo da vontade ou mérito humano.

Versículo 17: "Isto vos mando: Que vos ameis uns aos outros". Jesus reforça o mandamento do amor fraterno entre seus discípulos. Essa é uma das características da comunidade cristã, que deve ser marcada pelo amor e pela unidade. Isso está em acordo com a doutrina calvinista da santificação, que enfatiza a transformação interior do cristão e sua união com outros crentes.

Versículo 18: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim". Jesus alerta seus discípulos sobre o ódio que enfrentariam no mundo. Esse ódio é resultado da oposição do mundo ao próprio Jesus, que é odiado por causa da sua mensagem e da sua identidade. Isso está em acordo com a doutrina calvinista da depravação total, que enfatiza a natureza pecaminosa e hostil do mundo em relação ao evangelho.

Versículo 19: "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia". Jesus novamente enfatiza a eleição dos seus discípulos e a hostilidade do mundo em relação a eles. O mundo não ama os discípulos porque eles não fazem parte do mundo, mas sim foram escolhidos por Jesus para fazer parte do seu reino. Isso está em acordo com a doutrina calvinista da eleição incondicional e da separação entre o mundo e a comunidade dos crentes.

Palavras importantes:

- Eleição (grego: eklogé): escolha, seleção, eleição divina.

- Fruto (grego: karpos): resultado, produto, obra, fruto da fé.

- Ódio (grego: miseó): odiar, detestar, ser hostil, inimizade.

- Mundo (grego: kosmos): sistema de valores, cultura, sociedade, mundo caído.

Chave bíblica:

- Eleição incondicional: Efésios 1:4-5; Romanos 9:11-13; 1 Pedro 2:9-10.

- Amor fraterno: João 13:34-35; Romanos 12:9-10; 1 João 4:11-12.

- Depravação total: Romanos 3:10-12; Efésios 2:1-3; Tito 1:15-16.

- Separados do mundo: João 17:14-16; 1 João 2:15-16; Tiago 4:4.

Conclusão: 

João 15:16-19 é um texto que enfatiza a eleição divina dos discípulos e sua missão de dar frutos e amar uns aos outros. Ao mesmo tempo, Jesus alerta sobre o ódio e hostilidade que enfrentariam no mundo. Essa mensagem está em acordo com a doutrina calvinista da eleição incondicional, da santificação, da depravação total e da separação entre o mundo e a comunidade dos crentes. O texto nos leva a refletir sobre a soberania divina na salvação e a importância da comunidade cristã como testemunho do amor de Deus em um mundo hostil.


“Todos, nascem arminianos, é a graça de Deus que vai tornar alguns e apenas alguns; hiper-calvinistas supralapsarianos!!!”


Atenciosamente, respeitosamente e fraternalmente:

Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C. Ph.D. Th.D.