Sermão Expositivo – 11
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“Assim como lhe deste poder sobre toda a carne, para
que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste. E a vida eterna é esta: que te
conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste. Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a
fazer. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que
tinha contigo antes que o mundo existisse. Manifestei o teu nome aos homens que
do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra. Agora
já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti; Porque lhes dei as
palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido
que saí de ti, e creram que me enviaste. Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo,
mas por aqueles que me deste, porque são teus. E todas as minhas coisas são
tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado. E eu já não estou
mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em
teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós. Estando eu
com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me
deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a
Escritura se cumprisse. Mas agora vou para ti, e digo isto no mundo, para que
tenham a minha alegria completa em si mesmos. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo
os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que
os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo
não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.
Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os
enviei ao mundo. E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles
sejam santificados na verdade. E não rogo somente por estes, mas também por
aqueles que pela tua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um, como
tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o
mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para
que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam
perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e
que os tens amado a eles como me tens amado a mim. Pai, aqueles que me deste
quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha
glória que me deste; porque tu me amaste antes da fundação do mundo.” (João
17:2-24 -
ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de João 13:18 (ACF):
Introdução: O capítulo 17 de João é conhecido
como a oração sacerdotal de Jesus, onde Ele intercede pelos seus discípulos e
por todos aqueles que irão crer em Seu nome. A tradição calvinista enfatiza a
soberania de Deus na salvação e a eleição incondicional dos crentes. Nessa
perspectiva, a exegese e a hermenêutica de João 17:2-24 devem levar em conta
esses elementos teológicos.
Exegese básica: Versículo 2 - "Assim como lhe deste poder sobre
toda a carne, para que dê a vida eterna a todos quantos lhe deste." - A
palavra "poder" (exousia) aqui se refere à autoridade
soberana que o Pai concedeu a Jesus sobre toda a humanidade. O propósito dessa
autoridade é dar a vida eterna a todos os que o Pai lhe deu. Isso implica na
ideia de eleição incondicional dos crentes.
Versículo 3 - "E a vida eterna é
esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste." - A vida eterna é definida como o conhecimento de Deus e
de Jesus Cristo. Esse conhecimento não é meramente intelectual, mas envolve um
relacionamento pessoal e salvífico com Deus. Essa é a essência da salvação.
Versículo 6 - "Manifestei o teu nome aos homens que do
mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra." -
Jesus reconhece que os discípulos que o Pai lhe deu já eram de Deus e que Ele
apenas os manifestou o nome de Deus. Isso enfatiza a ideia de eleição
incondicional dos crentes e a soberania de Deus na salvação.
Versículo 9 - "Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo,
mas por aqueles que me deste, porque são teus." - Jesus faz uma clara
distinção entre aqueles que o Pai lhe deu e o mundo. Ele intercede apenas pelos
crentes eleitos, não pelo mundo em geral. Isso confirma a doutrina da eleição
incondicional.
Versículo 12 - "Estando eu com eles no mundo,
guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles
se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse."
- Jesus afirma que Ele guardou os discípulos que o Pai lhe deu e que nenhum
deles se perdeu, exceto Judas. Isso enfatiza a segurança da salvação dos
crentes eleitos e a soberania de Deus na preservação da fé.
Versículo 17 - "Santifica-os na tua verdade; a tua
palavra é a verdade." - Jesus pede ao Pai que santifique os discípulos pela verdade da Palavra de Deus.
Isso enfatiza a importância da doutrina na vida do crente e a necessidade de um
conhecimento correto da verdade.
Versículo 19 - "E por eles me santifico a mim mesmo,
para que também eles sejam
santificados na verdade." - Jesus se santifica a Si mesmo pelos crentes,
para que eles também sejam santificados na verdade. Isso enfatiza a união dos
crentes com Cristo e a sua participação na obra salvífica de Cristo.
Versículo 24 - "Pai, aqueles que
me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam
a minha glória que me deste; porque tu me hás amado antes da fundação do
mundo." - Jesus pede ao Pai que os crentes eleitos estejam com Ele na
glória, para contemplarem a Sua glória. Isso enfatiza a promessa da vida eterna
e a esperança da glória futura.
Hermenêutica básica: A tradição calvinista / reformada;
enfatiza a soberania absoluta e exaustiva de Deus na salvação e a eleição
incondicional dos crentes. A exegese de João 17:2-24 confirma esses elementos
teológicos, enfatizando a soberania de Deus na autoridade que Ele concedeu a
Jesus sobre toda a humanidade, na eleição incondicional dos crentes, na
segurança da salvação dos crentes eleitos e na preservação da fé. A hermenêutica
calvinista enfatiza a importância da doutrina na vida do crente, a união dos
crentes com Cristo e a participação deles na obra salvífica de Cristo, a
promessa da vida eterna e a esperança da glória futura.
Conclusão: João 17:2-24 é uma passagem rica em
ensinamentos teológicos, especialmente para a tradição calvinista. Ela confirma
a soberania de Deus na salvação e a eleição incondicional dos crentes, enfatiza
a importância da doutrina, a segurança da salvação dos crentes eleitos, a
preservação da fé, a união dos crentes com Cristo e a participação deles na
obra salvífica de Cristo, a promessa da vida eterna e a esperança da glória
futura. Que possamos meditar nesses ensinamentos e glorificar a Deus pela Sua graça
e misericórdia para conosco. Amém.
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“E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.” (Atos 13:48 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Atos 13:48 (ACF):
Atos 13:48 diz: "E os gentios,
ouvindo isto, alegravam-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos
quantos estavam ordenados para a vida eterna." Neste versículo, vemos que
os gentios que ouviram a mensagem de Paulo e Barnabé se alegraram e
glorificaram a palavra do Senhor, e todos aqueles que foram ordenados
para a vida eterna creram.
A tradição calvinista entende que a salvação é um ato
soberano de Deus, que escolheu antes da fundação do mundo aqueles que seriam salvos. Isso é
conhecido como predestinação. Essa escolha é baseada na vontade livre de Deus e
não em qualquer mérito humano. Aqueles que são escolhidos por Deus são chamados
de eleitos.
Neste versículo, podemos identificar
três pontos importantes para a hermenêutica calvinista: a alegria dos gentios,
a soberania de Deus e a eleição divina.
Alegria dos Gentios: Os gentios que ouviram a mensagem de Paulo e Barnabé
se alegraram e glorificaram a palavra do Senhor. Isso mostra que a mensagem do
evangelho é uma boa notícia para todos, inclusive para aqueles que não são
judeus. A alegria dos gentios também é uma prova de que a salvação é para
todos, independentemente da raça ou origem étnica.
Soberania de Deus: O versículo afirma que aqueles que foram ordenados
para a vida eterna creram. Isso significa que a salvação não é uma escolha
humana, mas é determinada por Deus. É a vontade soberana de Deus que determina
quem será salvo e quem não será. Aqueles que foram ordenados para a vida eterna
são os eleitos, que foram escolhidos por Deus antes da fundação do mundo.
Eleição Divina: O versículo afirma que aqueles que foram ordenados para a vida eterna
creram. Isso significa que a salvação não é baseada em mérito humano, mas na
eleição divina. Aqueles que são escolhidos por Deus são os eleitos, que foram
escolhidos para a salvação antes da fundação do mundo. A eleição divina é um
ato de graça de Deus e não é baseada em qualquer mérito humano.
Palavras Importantes:
- "Ordenados" vem do grego "τεταγμένοι"
(tetagmenoi), que significa "colocado em ordem" ou
"designado". Isso se refere à eleição divina, onde Deus escolhe
aqueles que serão salvos.
- "Vida Eterna" vem do
grego "ζωὴν αἰώνιον" (zōēn aiōnion), que significa
"vida eterna" ou "vida que dura para sempre". Isso se
refere à salvação que é dada aos eleitos por Deus.
Chave Bíblica:
- João 6:44 - "Ninguém pode vir
a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último
dia."
- Romanos 9:16 - "Assim, pois,
não depende de quem quer, nem de quem corre, mas de Deus, que se
compadece."
- Efésios 1:4-5 - "Como também
nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção
por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade."
Conclusão: Atos 13:48 é um versículo importante para a tradição calvinista, pois destaca a soberania de Deus na salvação. Aqueles que são eleitos por Deus são ordenados para a vida eterna e são os únicos que crerão na mensagem do evangelho. A eleição divina é um ato de graça de Deus e não é baseada em qualquer mérito humano. Isso nos lembra que a salvação é totalmente obra de Deus e não há nada que possamos fazer para merecê-la.
Sermão Expositivo – 13
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“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Romanos 8:28-30 - ACF).
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Exegese e
Hermenêutica Básica; de Romanos 8:28-30 (ACF):
Romanos 8:28-30 é um dos textos mais importantes para a
teologia reformada, por isso, requer uma exegese e hermenêutica precisas. A
tradição calvinista enfatiza a soberania de Deus na salvação, a eleição
incondicional e a perseverança dos santos. Nesse sentido, este texto é
fundamental para entendermos a obra de Deus na redenção de seu povo.
Versículos 28-30: "E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto. Porque os que dantes conheceu também os predestinou
para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que
chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também
glorificou."
No verso 28, Paulo afirma que todas
as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados por seu
decreto. O termo "chamados por seu decreto" é traduzido do grego "klētois
kata prothesin," que pode ser interpretado como "os que são
chamados segundo o propósito de Deus". Isso significa que a salvação não
depende das obras humanas, mas da eleição incondicional de Deus.
No verso 29, Paulo continua afirmando
que aqueles que Deus conheceu de antemão, ele também predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos. O termo "predestinou" é traduzido do grego "proōrisen,"
que significa "determinar de antemão". Isso indica que a salvação é
um plano eterno de
Deus, que inclui a conformação de seu povo à imagem de seu Filho.
No verso 30, Paulo continua afirmando que aos que Deus
predestinou, ele também chamou; e aos que chamou, ele justificou; e aos que
justificou, ele glorificou. O termo "justificou" é traduzido do grego
"edikaiōsen," que significa "declarar justo".
Isso indica que a salvação é um ato imputativo de Deus, em que ele declara seus
eleitos justos com base na obra de Cristo.
A chave bíblica que liga esses
versículos é a eleição incondicional de Deus. Deus escolheu seu povo antes da
fundação do mundo, e todos os eventos da vida cooperam para o bem daqueles que
são chamados segundo o seu propósito. A salvação é um ato soberano de Deus, que
inclui a predestinação, a
chamada eficaz, a justificação e a glorificação.
Conclusão: Em Romanos 8:28-30, vemos a soberania de Deus na salvação de seu povo. A eleição incondicional é a base da redenção, e todos os eventos da vida cooperam para o bem daqueles que são chamados segundo o propósito de Deus. A salvação é um ato imputativo de Deus, em que ele declara seus eleitos justos com base na obra de Cristo. Que possamos entender e celebrar a obra de Deus em nossas vidas, confiando em sua soberania e graça!!!
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“Não
que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são
israelitas; Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em
Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, não são os filhos da carne que
são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência. Porque
a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho. E não
somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai; Porque,
não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito
de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por
aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está
escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da
parte de Deus? De maneira nenhuma. Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem
me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois,
isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece. Porque
diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu
poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Logo, pois,
compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer. Dir-me-ás então: Por que se
queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade? Mas, ó homem,
quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a
formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para
da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Romanos 9:6-24 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Romanos 9:6-24 (ACF):
Romanos 9:6-24 é uma passagem
fundamental para a compreensão da teologia reformada, especialmente a tradição
calvinista. Paulo começa o capítulo 9 expressando sua grande tristeza pela
incredulidade de seu povo, os judeus, que rejeitaram a salvação em Cristo. Ele
chega a dizer que desejaria ser amaldiçoado em vez de seu povo (v. 3). Mas, em
seguida, ele argumenta que nem todos os descendentes de Abraão são verdadeiros
filhos da promessa. Ele explica que a eleição não depende da descendência
física, mas da vontade soberana de Deus (v. 6-13).
Paulo usa o
exemplo de Jacó e Esaú para mostrar que Deus escolheu Jacó antes que ele
fizesse qualquer coisa boa ou má (v. 11-13). Isso implica que a eleição não é
baseada em mérito humano, mas na graça divina. Paulo antecipa uma possível
objeção que poderia ser levantada: "Se Deus escolhe quem ele quer, então como pode ele nos
responsabilizar por nossas escolhas?" (v. 14). Paulo responde a essa
objeção pela primeira vez, afirmando que Deus tem o direito de fazer o que
deseja com sua própria criação (v. 15-18).
Paulo continua argumentando que Deus
endureceu o coração de Faraó para mostrar seu poder e glorificar seu nome (v.
17-18). Ele conclui que a eleição não depende da vontade humana ou de esforços
humanos, mas da misericórdia de Deus (v. 16). Paulo antecipa uma segunda
objeção: "Se Deus escolhe quem ele quer e endurece quem ele quer, então
como pode ele nos culpar por nossa incredulidade?" (v. 19). Paulo responde
essa objeção pela segunda vez, afirmando que os seres humanos não têm o direito
de questionar a vontade de Deus, que é o Criador e o Senhor de tudo (v. 20-21).
Paulo usa a metáfora do oleiro e do
barro para ilustrar o poder de Deus sobre as criaturas (v. 21-23). Ele afirma
que Deus suportou pacientemente os vasos de ira, preparados para a destruição,
a fim de revelar sua ira e fazer conhecidas suas riquezas para os vasos de
misericórdia, preparados de antemão para a glória (v. 22-23). Isso implica que
Deus tem o direito soberano de escolher quem ele quer salvar e quem ele quer
condenar.
Palavras Importantes:
Eleição: A escolha soberana de Deus
de salvar algumas pessoas e não outras, não baseada em mérito humano, mas na
sua graça e misericórdia.
Predestinação: O decreto divino de escolher e ordenar antecipadamente o
destino eterno das pessoas, seja para a salvação ou para a condenação.
Soberania: O poder absoluto e a
autoridade de Deus sobre todas as coisas, incluindo a vontade humana e a
história.
Metáfora: Uma figura de linguagem que
utiliza um termo para representar outro, com o objetivo de ilustrar uma ideia
ou conceito.
Chave Bíblica:
- Eleição: Efésios 1:4-5; 2
Tessalonicenses 2:13-14; 1 Pedro 1:1-2.
- Predestinação: Romanos 8:28-30;
Efésios 1:11-12; 2 Timóteo 1:9.
- Soberania: Salmo 115:3; Isaías
46:9-11; Daniel 4:34-35.
- Metáfora: Isaías 64:8; Jeremias
18:1-6.
Conclusão: Romanos 9:6-24 é um texto complexo e desafiador, mas fundamental para a
compreensão da teologia reformada. Paulo enfatiza a soberania de Deus na
eleição e predestinação, e argumenta que os seres humanos não têm o direito de
questionar a vontade de Deus. Ele usa exemplos bíblicos e metáforas para
ilustrar a grandeza e o poder de Deus sobre todas as coisas. A tradição
calvinista enfatiza a graça, a soberania e a glória de Deus na salvação, e vê a
eleição como a base da segurança da salvação. Que possamos ser humildes diante
da grandeza de Deus e confiar em sua graça e misericórdia para a nossa
salvação.
Sermão Expositivo – 15
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“Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De
modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da
tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não
sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo:
Senhor, mataram os teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei,
e buscam a minha alma? Mas que lhe diz a resposta divina? Reservei para mim
sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal. Assim, pois, também agora
neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça. Mas se é por
graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça. Se,
porém, é pelas obras, já não é mais graça; de outra maneira a obra já não é
obra. Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o
alcançaram, e os outros foram endurecidos. Como está escrito: Deus lhes deu
espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem,
até ao dia de hoje. E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em
armadilha, E em tropeço, por sua retribuição; Escureçam-se-lhes os olhos para
não verem, E encurvem-se-lhes continuamente as costas.” (Romanos
11:1-10 - ACF).
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Exegese e Hermenêutica Básica; de Romanos
11:1-10 (ACF):
Introdução: A carta aos Romanos é um dos textos
mais importantes do Novo Testamento, e é também um dos mais complexos. Nesta
carta, Paulo apresenta uma teologia profunda e rica, que é fundamental para a
compreensão do pensamento cristão. O capítulo 11 é uma continuação da discussão
anterior sobre a relação entre judeus e gentios na salvação.
Exegese básica: Versículo 1: "Digo, pois: Porventura rejeitou
Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da
descendência de Abraão, da tribo de Benjamim."
Paulo começa a discussão com uma pergunta retórica: Deus
rejeitou o seu povo? A resposta é "de modo nenhum". Paulo se
apresenta como um exemplo disso, já que ele mesmo é um israelita, descendente
de Abraão e da tribo de Benjamim.
Versículo 2: "Deus não rejeitou o seu povo, que antes
conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra
Israel, dizendo:"
Paulo continua a argumentação, citando a história do profeta
Elias como prova de que Deus não rejeitou o seu povo. Mesmo quando Elias achava
que era o único remanescente, Deus disse que havia sete mil que não haviam se
curvado a Baal.
Versículo 3: "Senhor, mataram os
teus profetas, e derribaram os teus altares; e só eu fiquei, e buscam a minha
alma?"
Paulo cita a queixa de Elias a Deus,
que achava que era o único que restara fiel a Deus. Mas Deus lhe mostrou que
havia outros.
Versículo 4: "Mas que lhe diz a
resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos
a Baal."
Deus respondeu a Elias que havia sete mil fiéis a ele que
ainda não haviam se curvado a Baal.
Versículo 5: "Assim, pois, também agora neste tempo
ficou um remanescente, segundo a eleição da graça."
Paulo aplica essa história ao presente, dizendo que também
agora há um remanescente eleito pela graça de Deus.
Versículo 6: "E, se é pela graça, já não é pelas obras;
de outra maneira, a graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é
mais graça; de outra maneira a obra já não é obra."
Paulo faz uma importante distinção entre a salvação pela
graça e a salvação pelas obras. Se é pela graça, não é pelas obras, porque a
graça significa que Deus nos salva independentemente do que fizermos. Se é
pelas obras, então não é mais graça, porque a obra é uma recompensa pelo que
fizemos de bom.
Versículo 7: "Pois quê? O que
Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram
endurecidos."
Paulo fala sobre a situação de
Israel, que buscava a justiça pela lei, mas não a alcançou. Os eleitos, no
entanto, alcançaram a justiça, enquanto os outros foram endurecidos.
Versículo 8: "Como está escrito:
Deus lhes deu espírito de profundo sono, olhos para não verem, e ouvidos para
não ouvirem, até ao dia de hoje."
Paulo cita Isaías para explicar por
que alguns foram endurecidos. Deus lhes deu um "espírito de profundo
sono", ou seja, os fez insensíveis a ele.
Versículo 9: "E Davi diz:
Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, E em tropeço, por sua
retribuição;"
Paulo cita Davi para explicar que a
dureza de coração de algumas pessoas é uma retribuição por suas más ações.
Versículo 10: "Escureçam-se-lhes
os olhos para não verem, E encurvem-se-lhes continuamente as costas."
Paulo cita Isaías novamente para
enfatizar o ponto de que Deus endureceu alguns corações.
Hermenêutica básica: Na tradição calvinista, a doutrina da
eleição é fundamental. A ideia é que Deus escolheu alguns para a salvação antes
da fundação do mundo, e que essa eleição é baseada em sua graça, e não em
obras. A salvação é, portanto, uma obra de Deus, e não do homem. Isso está em
consonância com o que Paulo ensina em Romanos 11, especialmente nos versículos
5 e 6.
No entanto, a eleição não significa que Deus rejeitou
completamente os outros. Paulo é claro em dizer que Deus não rejeitou seu povo
(versículo 1), e que há um remanescente eleito pela graça (versículo 5). Isso
significa que, embora a salvação seja baseada na eleição, isso não significa
que Deus não esteja trabalhando na vida de todos os seres humanos.
Além disso, o texto enfatiza a
importância da Escritura. Paulo cita Isaías e Davi para enfatizar seu ponto, e
isso mostra que a Escritura é fundamental para a compreensão da teologia.
Conclusão: Romanos 11 é um texto importante para a compreensão da teologia da eleição. Ele enfatiza que a salvação é baseada na graça de Deus, e não em obras, e que Deus não rejeitou completamente aqueles israelitas que não foram eleitos. É importante lembrar que a eleição não é uma desculpa para a complacência, mas sim uma razão para a gratidão e a adoração a Deus.
“Todos, nascem arminianos, é a graça de Deus que vai tornar alguns e apenas alguns; hiper-calvinistas supralapsarianos!!!”
Atenciosamente, respeitosamente e fraternalmente:
Rev. Prof. Dr. Albuquerque G. C. Ph.D. Th.D.